O Shanti transformou a hora do café em uma experiência. A casa passa a contar com um cardápio de cafés especiais elaborada pela consultoria da Argenta Cafés, de Curitiba. A empresa é pioneira neste modelo de negócios no país.
Comandada por Ana Argenta, que fez carreira na área de TI, antes de migrar para o campo dos cafés especiais, a Argenta elaborou uma carta de acordo com o dna do Shanti. Por isto, as receitas são desenvolvidas a partir do grão orgânico e biodinâmico da capixaba Fazenda Camocim, que o restaurante já havia escolhido para servir aos clientes.
Segundo Ana, o trabalho se baseia no tripé Operacional, Econômico e Sensorial.
“Não posso me aventurar em criações que não se mostrem viáveis. Tanto do ponto de vista da operação no dia a dia, no ponto de venda, quanto do da viabilidade financeira. E a carta de cafés é construída com os pés no chão e absoluto respeito ao conceito do cliente”.
Se a relação profissional de Ana com os cafés tem 15 anos, as memórias afetivas ligadas ao fruto vêm da infância. Ela lembra com carinho dos domingos na casa da avó, e de como ela se deliciava com o café que tomava, de manhã, em um copo de vidro.
A avó era super carinhosa e nada negava aos netos. Daí, causar estranhamento ela nunca deixar que as crianças provassem aquele café, que parecia tão gostoso. “Só mais tarde, o mistério foi esclarecido por minha mãe: o café da vovó era turbinado com grapa”, diverte-se Ana Argenta.
Embalada por lembranças como esta, além da percepção de que o café não tinha a devida valorização, e de que ali poderia haver uma oportunidade de negócio, Ana resolveu empreender, no segmento dos cafés especiais.
O treinamento é o coração da operação
A consultoria que a Argenta presta pode ir da elaboração de um plano de negócios ao treinamento da equipe que vai preparar e servir o café, nos pontos de venda. Além disto, o trabalho pode passar pela orientação sobre a escolha do melhor grão.
“Digo que o café é como o teatro: ao vivo. Isto porque ele é feito na hora, na frente do público. Assim, tudo deve ser muito bem treinado. E as receitas têm de ser feitas com técnica e agilidade. O fluxo de trabalho deve entregar da melhor forma o item que está sendo preparado para o cliente”.
No caso do Shanti, Ana conta que a demanda que recebeu foi para que construísse um cardápio conceitual, a base do projeto.
“Indicamos os equipamentos adequados, fizemos as degustações de todas as receitas, e mandamos ao Rio um de nossos Baristas. Ele foi treinar a equipe do Shanti, e garantir que ela não apenas consiga executar com perfeição as receitas, como também que se ‘apaixone’ pelo café”, conta.
Afinal, garante Ana, o treinamento é o coração da operação.